
Fazer as malas se tornou um hábito diário. A rotina de dizer adeus, o ensaio de deixar tudo para trás. Quantas vezes vou me despedir e compatilhar meus planos? Quantas vezes até chegar o dia de verdade?
Não consigo pertencer ou me adaptar. Falha minha. Meu único planejamento é não planejar. Porque o momento em que eu sei exatamente o que fazer ou onde ir é o mesmo momento em que tento, desesperadamante, fazer o oposto. Talvez eu apenas goste de contrariar e negar o que dizem ser certo. Talvez seja coisa de menina mimada que não aceita ordens e rótulos.
Eu tenho casa, mas não tenho lar. Não me permito ficar muito tempo por onde passo, estou sempre de passagem. Minha distância, que você percebe e julga ser frieza, é apenas um mecanismo de defesa contra o que virá depois. Já me acostumei à desilusão e sua argumentação em favor do mundo não vai ajudar. Estou desiludida de mim, dos meus impulsos, das minhas incapacidades, da minha falta de sentidos, não das outras pessoas. As outras pessoas cumprem direitinho com seu papel, se esforçando pra quebrar meu gelo, algumas gostando sinceramente de mim, apesar da falta de resposta. Sou cigana, sou estrangeira, sou de partida, nunca de chegada. Sou de começo e fim, não de durante.
Eu aceito que pessoas sejam apenas passageiras na minha vida, desde que elas não insistam em ser mais do que isso. Não posso ter o trabalho de me apegar e me despedir, porque também não sou mais do que mera alma a caminho de qualquer outro lugar. Não posso ser bagagem de ninguém. Estar presa na alfândega é um estado de espírito, não um capricho feminino.
sempre me identifico muito, me encontro nos seus textos!! São ótimos =)
ResponderExcluirEstar presa na Alfândega tem seu preço, tem seu imposto. Alto por sinal. Não saber nunca se dali sairá e se chegará ao seu destino. Ao seu lugar.
ResponderExcluirQuando comecei a ler, me veio uma frase a cabeça, que é mais ou menos assim: "A pior parte em ter que dizer adeus, é ter que fazê-lo todos os dias" (da série One Tree Hill). Gostei muito do texto. Beijos
ResponderExcluirAs pessoas as vezes querem ficar.
ResponderExcluirE quando penso que sua capacidade de encaixar os pensamentos em um texto já chegou a excelência máxima, você me surpreende mais uma vez!
ResponderExcluirPreciso dizer que adorei mais uma vez? Você tem um dom incrível de traduzir o que tem lá dentro, o que dificilmente colocaríamos para fora dessa forma. Garanto que muitos encontram-se assim, em uma constante passagem. Verdadeiramente, adorei.
ResponderExcluirPorque o apego quase sempre leva à dor, então o melhor é a distância.
ResponderExcluirMaravilhoso!
Acho tão confortante quando vejo alguém, que além de mim, tem um certa tendência a voar sem remorso.
ResponderExcluirQuem é de "partida, nunca de chegada", precisa levar sempre na mochila uma boa dose de discurso ensaiado para que outros, entendam o fato de que existem pessoas diferentes. Porque querer que eles aceitem, já seria pedir de mais. Parece conformismo, mas se o preço a ser pago pela paz, então o farei.
Que comentário lindo.
ExcluirSensacional. "Coisas que a gente entende". Exatamente como você disse. Gostei do:"Estar presa na alfândega é um estado de espírito, não um capricho feminino."
ResponderExcluirVOCÊ É LINDA!
"Meu único planejamento é não planejar. Porque o momento em que eu sei exatamente o que fazer ou onde ir é o mesmo momento em que tento, desesperadamante, fazer o oposto. (...) Minha distância, que você percebe e julga ser frieza, é apenas um mecanismo de defesa contra o que virá depois."
ResponderExcluirPorque eu sabia que alguma hora ia me achar em você. É que eu nunca havia me identificado tanto. Eu gosto muito, muito mesmo, do que você escreve. O texto tá maravilhoso, e ecoando dentro de mim. =)
Me senti em cada linha dessa. Texto lindíssimo verônica. Torço mesmo por um livro seu para poder guardar essas palavras na minha estante. Costumo repetir "Sou uma estrangeira dentro de mim, sem placa com sobrenome em aeroporto à espera, sem segurança à paisana, sem saída.". E concordo, isso não é mesmo um capricho feminino. Beijos e continuo esperando outros textos como esse por aqui, maravilhosos.
ResponderExcluir"Minha distância, que você percebe e julga ser frieza, é apenas um mecanismo de defesa contra o que virá depois." frase linda, assim como todo o texto e os outros que encontro aqui.
ResponderExcluir"Minha distância, que você percebe e julga ser frieza, é apenas um mecanismo de defesa contra o que virá depois."
ResponderExcluirVejo tanto de mim em ti, vejo tanto em ti o que não vejo em ninguém mais. E definitivamente pessoas que escrevem como você não deveriam existir, porque és quase de outro mundo, mundo a cima do nosso. Completamente perfeito, você sempre escrevendo o que ninguém mais consegue, mas precisa dizer.
Pertencer dá trabalho, desgasta demais. Desapegar também... mas acho que acostuma. Um dia.
ResponderExcluirFazer as malas, em algum momento, o certo, provavelmente (e que não tem pressa de chegar), pode deixar de ser um hábito diário.
ResponderExcluirAdmiro essa postura. Se a despedida é a previsão, com certeza a distância muitas vezes é a melhor opção. Gostaria de ser racional assim.. Se esse lado fosse possível em mim, ele já nasceria defeituoso. Cada linha especial demais, adorei.
"Quantas vezes vou me despedir e compatilhar meus planos? Quantas vezes até chegar o dia de verdade?"
ResponderExcluirNão preciso que ninguém me iluda, quando se trata de ilusão sou auto suficiente ! Lindo texto, como sempre.
Beijos :)
"Eu aceito que pessoas sejam apenas passageiras na minha vida, desde que elas não insistam em ser mais do que isso. Não posso ter o trabalho de me apegar e me despedir, porque também não sou mais do que mera alma a caminho de qualquer outro lugar." muito eu ><
ResponderExcluirEu gostei muito dos textos,o que você escreve tem sido uma inspiração e uma espécie de conforto pra mim.Me vejo em cada palavra.
ResponderExcluirNossa, é tudo o que sinto! E vejo que muita gente compartilha disso ein rs! Mas muito bem escrito, amei. A triste realidade de quem sofreu muito e agora só vai.. !
ResponderExcluirSensacional...
ResponderExcluirAMEI TUDO POR AQUI
Bjoos
" Não consigo pertencer ou me adaptar. " Ah, me vejo todinha nesse texto, é incrível isso ... Vir aqui já virou hábito rotineiro, e não me canso de dizer que teu textos são maravilhosos! (Ah obrigada pela visita, volte sempre minha cara )
ResponderExcluir''Minha distância, que você percebe e julga ser frieza, é apenas um mecanismo de defesa contra o que virá depois. Já me acostumei à desilusão e sua argumentação em favor do mundo não vai ajudar.''
ResponderExcluirAs distancias que são ásperas e cortam, coçam a alma, são doídas, mas a consequencia boa, é que querendo ou não acostumamos.
Nossa pq será que sempre me identifico com seus textos?!Tbm me sinto assim,talvez eu seja apenas uma menina mimada.Quem sabe?
ResponderExcluirObrigada pelas palavras em meu cantinho.Me sinto honrada com sua presença.Um grande beijo!
Apego leva a ter um coração. Ter um coração leva, normalmente, a se entregar. Se entregar gera dor, sempre.
ResponderExcluirLindíssimo texto. Voltarei mais vezes.
Beijo
Me vi em nome e sobrenome e com a mala na mão partindo sem dizer e sem olhar para trás.
ResponderExcluirSó posso dizer que sou sua fã, admiro muito seus textos.São lindos.
ResponderExcluirOi menina,
ResponderExcluirLindo, me identifico com o que escreve.
Beijos
aDOREI SEU BLOG VOU SEGUIR.
ResponderExcluirADICIONA O MEU
MEUANJOEVOCE.BLOGSPOT.COM
É o Blog dos sonhos.
ResponderExcluirDemoro um pouco pra vir, mas sempre vejo aumentar a qualidade. Parabééns!
Você não tem ideia do quanto me encontrei nesse texto, e do quanto precisava me encontrar. Obrigada :*
ResponderExcluirdei uma olhada rapida nos comentarios e o q vi constatemente escrito foi: Me identifiquei, me encontrei. Realmente. Sou mais uma de tu.
ResponderExcluirMe descreveu. E isso basta!
ResponderExcluirLindo!
Paolla